02 de Maio de 2024

Bolsonaro deve saber nesta quinta-feira se vai ficar inelegível até 2030

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta quinta-feira, 29, às 9h, o julgamento sobre a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos (contando a partir das eleições de 2022). A sessão continuará após o relator da ação e corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, ter concluído seu voto na última terça-feira, 27, pela aceitação parcial da denúncia apresentada pela sigla de esquerda e a favor da inelegibilidade do ex-presidente. Já Walter Braga Netto, então candidato a vice na chapa presidencial junto a Bolsonaro, foi absolvido pelo relator por “não ter sido demonstrada sua responsabilidade na acusação”, que trata sobre suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação quando o ex-mandatário realizou uma reunião com embaixadores estrangeiros, em 28 de julho do ano passado, e questionou a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.

Para que uma maioria seja formada na ação, são necessários quatro votos. Ou seja, caso Bolsonaro receba mais três votos favoráveis à sua condenação, o ex-presidente será declarado inelegível. Após o voto de Benedito Gonçalves, a votação caminhará com a manifestação de voto dos ministros na seguinte ordem: Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por último, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Há, ainda, a possibilidade de algum ministro solicitar vista — maior tempo para análise da ação —, suspendendo o julgamento por 30 dias, que podem ser renovados por mais 30 dias.

Voto do relator

Em um voto de 382 páginas, Benedito abriu suas considerações com a explicação de que a admissão da minuta do Estado de sítio encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que previa uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral após as eleições — cuja inclusão no processo foi duramente questionado pela defesa —, “não confronta e não contraria” a jurisprudência da Corte. Gonçalves também rechaçou similaridades entre a ação contra o ex-presidente com o julgamento da chapa petista entre Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), em 2014. Em relação à reunião realizada por Bolsonaro com embaixadores, Benedito considerou que o ex-mandatário é “integral e pessoalmente responsável pela concepção intelectual”.

O relator da ação também apontou que o ex-presidente demonstra “preocupante descaso” contra a democracia no país e que houve difusão de informações falsas para convencer brasileiros de “graves riscos” durante o processo eleitoral. Por fim, Benedito considerou que as atitudes promovidas por Bolsonaro serviram de “combustível para sentimento anti institucional” ao desprezar materiais produzidos pelo Tribunal Superior Eleitoral e optar por “exercitar prática discursiva de lives em frente a embaixadores e reafirmar desconfiança infundada”. “Com habilidade, [Bolsonaro] costurou um retalho de informações falsas, tão natural de sua fala que soava legítimo”, finalizou o ministro.

 

Informações da Jovem Pan / Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Whatsapp

Ultimas notícias

Galeria

Bahia Farm Show apresenta exposição fotográfica sobre as belezas do Oeste da Bahia
Exposição aproximará startups agrícolas de investidores privados
Ver todas as galerias

Artigos