Marta cobra debate e estudos sobre Teleférico no Subúrbio: “Riscos de danos ambientais no Parque São Bartolomeu”
A vereadora Marta Rodrigues (PT) criticou, nesta sexta-feira (23), a falta de transparência, de estudos técnicos e de debate com a população e com a Câmara Municipal por parte da Prefeitura de Salvador sobre o projeto que pretende construir um teleférico no Subúrbio Ferroviário. A implantação do teleférico deve ligar Praia Grande ao bairro de Campinas de Pirajá, num trajeto de 4,3 km. O projeto é da Fundação Mario Leal Ferreira.
Marta Rodrigues explica que o projeto em questão passa por cima do Parque São Bartolomeu, uma área de proteção permanente (APP), com milhares de hectares de Mata Atlântica e tido como território sagrado para as religiões de matriz africana.
“Os moradores, os frequentadores e a comunidade no entorno do parque estão completamente temerosos dos impactos e sequer foram procurados para ver estudos técnicos e o projeto em si. Eles temem que uma das pilastras de sustentação do teleférico, conforme viram nos slides, afete uma nascente de a Cachoeira de Oxumarê”, comenta a petista.
Segundo Marta Rodrigues, o projeto tem sido alvo de críticas de moradores e ambientalistas, não só pela ausência de diálogo e de estudos técnicos, mas pela possibilidade de danos ambientais.
“Com um projeto dessa magnitude sem diálogo e transparência, a prefeitura escancara sua falta de interesse na participação popular e menospreza as preocupações da comunidade. Foi assim com o túnel megalomaníaco que queriam construir debaixo do Centro Antigo, jogando fora milhões de reais, e que foi reprovado pela opinião pública. Estamos falando de teleférico que passa por cima de um pulmão da cidade e não se tem estudos técnicos, nem debate com especialistas e com a comunidade”, denunciou.
Morador da comunidade e integrante do projeto cultural Face Oculta, Vandson Teixeira também cobra da prefeitura o respeito a lei da transparência e o zelo com o Parque São Bartolomeu. “O que sabemos, é que um dos pilares da construção pode afetar uma nascente importante para a APP. Uma cachoeira importante para o candomblé e uma área ambiental rica”, declara.
Foto: Reginaldo Ipê
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